Os Perigos dos Vícios em Tela

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O Impacto do Uso Excessivo das Telas: Como a Tecnologia Está Moldando Nossas Vidas e Comprometendo o Bem-Estar Psicológico.

Cada vez mais, as telas se tornam parte de nossas vidas. Não estar conectado é basicamente não existir neste mundo pós-moderno e tecnológico. Para todas as atividades do dia-a-dia, o uso da tela, do celular, internet se tornou uma espécie de introjeção identificatória. Parafraseando Descartes: “Sou tecnológico, logo existo!”

Para aqueles que resistem à tecnologia, o mundo vai ficando mais complexo: ir ao banco, fazer compras, estacionar etc, exigem-se aplicativos que pouco a pouco vão moldando também nosso modo de ser. A tecnologia torna-se nossos braços e pernas, e mais além, nossa intelectualidade e cognitivismo. Quem já não se sentiu perdido porque não tinha uma tela para uma “busca” rápida?

O problema é que o uso excessivo das telas pode gerar impacto negativo na vida psicológica do sujeito, em diferentes faixas etárias, destacando os riscos para crianças e adolescentes. Atualmente, diversos estudos são desenvolvidos, confirmando que esse exagero afeta o desenvolvimento cognitivo e social de crianças, aumenta a ansiedade e a depressão em adolescentes e compromete a produtividade e as relações interpessoais dos adultos.

Outro ponto a ressaltar é o olhar para a exploração mais profunda sobre as causas culturais e sociais que perpetuam essa dependência, como a pressão por produtividade no trabalho e a busca por validação nas redes sociais. Além disso, uma análise crítica sobre o papel das empresas de tecnologia, que muitas vezes projetam dispositivos e plataformas para serem viciantes.

O vício acontece porque atua nos mecanismos de satisfação e prazer psíquicos. A partir da pulsão, denominada por Freud de escópica, existe uma descarga pulsional que geral prazer ao olhar repetitivamente os mesos temas. É assim que se dá o vício em pornografia, que também depende do olhar. Bem como, é essa pulsão que age mais fortemente no voyerismo e no exibicionismo.

O problema do vício é que ele integra o ser de tal forma, que o objeto do vício passa a fazer parte do próprio ser, por isso é tão difícil a pessoa perceber que existe um vício. O objeto do vício (tela, cigarro, pornografia, jogo etc) são externos, mas quando se tornam viciantes ficam introjetados no ser, como parte do próprio corpo ou do psiquismo.

As crianças são particularmente vulneráveis ao uso excessivo de telas. Estudos indicam que o tempo prolongado diante de dispositivos eletrônicos pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo e social dos pequenos. Os adolescentes também sofrem impactos significativos com o uso excessivo de telas, especialmente das redes sociais. O constante bombardeio de informações, a busca incessante por curtidas e aprovação social e a exposição a padrões irreais de beleza e sucesso podem levar a um aumento da ansiedade e da depressão. Os adultos também não estão imunes aos efeitos negativos do vício em telas. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos no ambiente de trabalho pode levar à queda na produtividade e ao aumento do estresse. Muitos trabalhadores encontram dificuldades para se desconectar, verificando e-mails e mensagens fora do horário de expediente, o que compromete o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

O vício em telas é um problema crescente e que afeta indivíduos de todas as idades. É fundamental adotar medidas para reduzir esse impacto e resgatar a importância das relações humanas, do tempo de qualidade e da vida fora das telas. O futuro depende de um equilíbrio entre tecnologia e bem-estar.

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