O Estadão procurou o juiz via assessoria do TJ-MT, mas não houve resposta até a noite de ontem. Em defesa prévia ao CNJ, Amarante negou interferências em suas decisões e disse não haver provas de que tenha recebido propina.
A nova etapa da Sisamnes ocorreu um dia após a prisão de cinco suspeitos de envolvimento no assassinato do advogado Roberto Zampieri, o “lobista dos tribunais”, peça-chave na investigação. Os detidos, segundo a PF, integrariam o “Comando 4”, grupo que planejaria a execução de autoridades sob encomenda.
Morto a tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá, Zampieri teria repassado propinas a Amarante e, em troca, segundo as investigações, o magistrado manteria uma relação de “subserviência” com o advogado. Conforme o CNJ, “Zampieri pautava a conduta do juiz, indicando os pedidos que deveriam ser ou não acolhidos e as teses jurídicas que deveriam ser por ele adotadas”. Além disso, conseguia “atendimento célere e por meios não convencionais, com acesso ao telefone pessoal do magistrado”. O processo disciplinar contra Amarante no CNJ afirma ainda que, por meio do juiz, os interesses de Zampieri eram “invariavelmente consagrados”.
Próximos
Diálogos entre Zampieri e Amarante foram determinantes para o afastamento do magistrado. Para Zanin e o corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, as mensagens indicam uma relação muito próxima.
As conversas foram encontradas depois da execução de Zampieri, na porta de seu escritório de advocacia, na capital de Mato Grosso. O celular do advogado foi deixado na cena do crime. Em busca de pistas sobre o assassinato, a Polícia Civil identificou diálogos que levantaram suspeitas.
Fonte UOL