Já na Serra Gaúcha, Mário César Trielweiler Gonçalves, de 22 anos, morreu depois que o carro em que dirigia foi arrastado pelas águas do Rio Caí – o corpo dágua atingiu ontem o nível de inundação, com 10 metros, e ainda ontem subia 14 centímetros por hora. A morte ocorreu pela manhã, na ponte que liga a Linha Sebastopol, em Caxias do Sul, ao município de Nova Petrópolis. Fragilizada desde os danos causados nas enchentes de maio de 2024, a cabeceira da estrutura teve uma parte destruída pela força do rio.
A ligação entre os dois municípios pela BR-116 já havia sido comprometida anteriormente. A nova cheia fez com que a base da ponte voltasse a ser atingida com intensidade, comprometendo ainda mais a estrutura e interrompendo o tráfego local.
Segundo levantamento da Defesa Civil estadual, até o momento ao menos 58 municípios já registram prejuízos relacionados ao temporal. Casas alagadas, famílias desalojadas, pontes destruídas e escolas com aulas suspensas marcam o rastro de destruição provocado pela chuva constante e volumosa. Equipes de Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e das prefeituras atuam em regime de emergência, enquanto o Estado permanece em alerta máximo.
A força das chuvas obrigou seis municípios a acionar planos de contingência diante da elevação rápida do nível do Rio Taquari. As cidades de Bom Retiro do Sul, Taquari, Cruzeiro do Sul, Arroio do Meio, Estrela e Lajeado iniciaram ações preventivas nas últimas horas. As informações são das Defesas Civis dos Vales do Taquari e Rio Pardo. O Rio Taquari atingiu a cota de inundação de 19 metros ontem e continuava a subir 25 centímetros por hora.
Em Lajeado, algumas famílias precisaram ser removidas de suas casas e deslocadas para o Parque do Imigrante. Já em Estrela uma pessoa portadora de deficiência física, usuária de cadeira de rodas, foi retirada de uma área considerada de risco. A medida visa a proteger moradores mais vulneráveis diante do risco de alagamento em áreas próximas do rio.
O avanço das chuvas no município de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, já afeta de forma direta a rotina de aproximadamente 100 mil pessoas. Alagamentos, bloqueios no transporte público, vias intransitáveis e prejuízos em áreas residenciais têm alterado o cotidiano da população. Segundo a Defesa Civil municipal, 430 moradores precisaram deixar as residências por causa da elevação das águas. A maioria, 352 pessoas, buscou abrigo na casa de familiares ou amigos. Outras 78 foram encaminhadas para abrigos temporários montados pela prefeitura.
Fonte UOL