Ainda assim, foi um grande privilégio poder assistir a cenas inéditas do filme que eles estão realizando juntos. JR não necessariamente dirige De Niro no documentário que investiga a vida, a carreira e, principalmente, a história do pai do ator, que tinha o mesmo nome do filho e que foi, de certa forma, ofuscado por sua fama.
Pintor abstrato, Robert pai era um cara afetuoso e uma grande referência cultural e ética para o filho. “Eu tenho também exercer a paternidade dessa forma”, comenta o ator, que em uma das cenas do filme se deita em posição fetal sobre uma imensa foto do pai em um gramado.
JR é famoso pelas ampliações gigantes dos retratos que faz desde pessoas comuns até anônimos. No filme com Vardas eles viajam pela França ouvindo relatos das pessoas, que são fotografadas e têm seus imensos retratos “colados” nas paredes das casas e prédios de suas cidades.
Mais preocupado em criar sensações e imagens do que de fato fazer entrevistas, o artista e diretor francês já mostra tanto nas cenas que foram exibidas quanto no próprio papo com De Niro que o filme vai trazer uma visão autoral e criativa do ator, de sua trajetória e história com o próprio pai e a paternidade.
De Niro, que foi pai novamente há pouco tempo, traz as reminiscências de sua história no filme. Já na conversa, ele contou que não tem medo da morte, ou quase. “Eu tenho medo, na verdade, mas não tenho escolha. Então, é melhor não ter medo”, disse ele, que também acrescentou que não está preocupado com o prazo para concluir o filme. “Não é essencial que eu veja (a versão) final”, afirmou o ator que, aos 81 anos, não quer se aposentar, mas tampouco quer continuar fazendo filmes de máfia.
Fonte UOL