Como ‘um bilhão de borboletas’ revolucionaram a previsão do tempo

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O meteorologista Jagadish Shukla provou que era possível prever o clima em períodos de tempo maiores do que 10 dias

Previsão do tempo alerta para ciclone subtropical
Imagem: Elizaveta Galitckaia / Shutterstock

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Os avanços tecnólogos causaram uma verdadeira revolução na previsão do tempo. Atualmente, existem satélites de alta resolução e outros equipamentos de ponta que ajudam a entender e prever as mudanças no clima.

Mas nem sempre foi assim. Numa época onde poucos acreditavam ser possível saber como ficaria o tempo além de 10 dias, o meteorologista indiano Jagadish Shukla provou ser possível identificar padrões e emitir alertas climáticos.

Aplicativo de previsão do tempo via Esteban Benites/Unsplash
Experimento revolucionou a previsão do tempo (Imagem: Esteban Benites/Unsplash)

Shukla queria prever o impacto sazonal da monção indiana

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Meteorologista queria encontrar formas de prever eventos de inundação (Imagem: Chinedu Chime/Shutterstock)

Novos caminhos para a previsão do tempo

O primeiro obstáculo enfrentado por Jagadish Shukla foi convencer os colegas. Na época, os meteorologistas focavam em saber como ficaria o tempo no dia seguinte, acreditando que previsões além de 10 dias eram impossíveis.

Mas o indiano não desistiu. Ao aprender sobre o “efeito borboleta”, cunhado pelo renomado meteorologista Edward Lorenz, ele teve uma ideia. Essa teoria aponta que mesmo as menores mudanças nas condições climáticas iniciais, algo tão pequeno quanto uma borboleta batendo as asas, podem tornar todo um sistema caótico ao longo do tempo.

Jagadish Shukla é hoje um dos principais nomes da meteorologia (Imagem: reprodução/NASA)

Shukla entendeu que, enquanto o clima diário é impulsionado por condições iniciais voláteis, as médias sazonais são moldadas por “condições de limite”, como temperatura do oceano, umidade do solo, cobertura de neve e vegetação. E essas informações podem ser fonte de previsibilidade.

Foi assim que o meteorologista realizou o famoso experimento de “bilhões de borboletas”. Ele executou simulações nas quais as condições iniciais eram drasticamente modificadas, enquanto as “condições de limite” eram mantidas iguais. Shukla descobriu que, apesar da instabilidade do dia-a-dia, os resultados sazonais permaneceram consistentes. Agora sim era possível prever o clima em espaços de tempo maiores.

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.



Fonte
Olhar Digital

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