Construção civil e infraestrutura: pilares estratégicos para o desenvolvimento econômico do Brasil

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A construção civil representa cerca de 7% do PIB brasileiro e emprega milhões de trabalhadores, sendo um dos setores mais relevantes para a economia nacional.

Apesar de sua importância, enfrenta ciclos de forte instabilidade, dependentes de crédito, políticas públicas e investimentos em infraestrutura. Em um país com grandes carências urbanas e logísticas, a retomada de obras estratégicas é considerada um dos caminhos mais eficazes para estimular o crescimento econômico e reduzir desigualdades regionais.

De acordo com levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o déficit habitacional no Brasil ultrapassa 5,8 milhões de moradias, enquanto mais de 60% dos municípios ainda carecem de saneamento básico adequado. Ao mesmo tempo, apenas metade da malha viária do país é pavimentada. Esses números reforçam o tamanho do desafio estrutural que ainda precisa ser enfrentado.

Para o engenheiro civil Rodrigo Cará Monteiro, que atuou em projetos emblemáticos de infraestrutura e construção predial no Brasil e no exterior, a falta de continuidade é o maior entrave. “O país tem capacidade técnica para realizar grandes obras, mas sofre com a ausência de planejamento de longo prazo. Quando há interrupções em projetos estratégicos, não apenas se perde dinheiro público, mas se inviabiliza o desenvolvimento de regiões inteiras”, avalia.

Rodrigo fala com a experiência de quem liderou a implantação da Camargo Corrêa em Angola, entre 2005 e 2008, em projetos que somaram quase um bilhão de dólares em contratos de infraestrutura urbana, linhas de transmissão e rodovias. De volta ao Brasil, assumiu obras que marcaram a paisagem urbana, como o estádio Allianz Parque, o complexo JK Plaza em São Paulo e a sede da Petrobras no Rio de Janeiro. “Obras dessa magnitude mostram que quando há planejamento e investimento, conseguimos entregar projetos que reposicionam cidades e fortalecem a economia”, acrescenta.

Especialistas defendem que o investimento em infraestrutura tem efeito multiplicador sobre o crescimento do país. Cada real aplicado em rodovias, saneamento ou habitação gera impacto direto no emprego, na arrecadação tributária e na competitividade do Brasil no cenário global. Modelos de parceria público-privada (PPPs) e concessões de longo prazo são apontados como mecanismos indispensáveis para destravar novos investimentos e reduzir a dependência do orçamento público.

Segundo Rodrigo, o setor privado pode ser um grande aliado na transformação do país. “A iniciativa privada já mostrou que tem condições de executar obras complexas com eficiência. O que precisamos é de políticas estáveis e regras claras, que deem segurança para atrair capital e transformar projetos em realidade.”

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Rodrigo Cará Monteiro

À medida que o Brasil busca se consolidar como player relevante no cenário internacional, a infraestrutura volta a ser pauta prioritária. Mais do que construções físicas, trata-se de erguer bases sólidas para o desenvolvimento sustentável e competitivo do país.

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