Pesquisadores acreditam que o observatório LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) é capaz de detectar sinais de naves extraterrestres. Isso ocorreria pela captação de ondas gravitacionais, ondulações no espaço-tempo causadas pela movimentação dessa tecnologia alien.
O LIGO é um experimento de enormes dimensões localizado em dois edifícios nos estados de Washington e Louisiana, nos Estados Unidos. Cada uma de suas instalações possui uma estrutura em formato de “L”, cujos braços se estendem por quatro quilômetros.

Um feixe de laser é disparado no ponto de encontro dos lados, percorrendo cada direção até atingir espelhos colocados nas extremidades. Após refletirem, os feixes retornam ao ponto de origem, onde eventuais interferências em seus trajetos indicam a passagem de ondulações.
Com o LIGO, pesquisadores buscam detectar ondas gravitacionais. Esse é um fenômeno que surge quando objetos extremamente massivos se movimentam ou interagem de forma intensa, provocando distorções que se propagam pelo Universo.
Os detectores do observatório monitoram as mudanças sutis causadas quando essas ondulações passam pela Terra, testemunhando eventos menores que 1/10.000 da largura de um próton. Isso torna o LIGO o primeiro experimento a captar ondas gravitacionais e um dos maiores do mundo.
LIGO poderia detectar naves, mas só as gigantes
No novo artigo, disponível no servidor de pré-impressão arXiv, onde espera pela revisão por pares, um grupo internacional de físicos argumenta que essa gigante estrutura científica pode detectar naves extraterrestres.
“Como qualquer sistema que envolva grande aceleração de massa produz ondas de gás, novos candidatos a sinais incluem não apenas eventos astrofísicos e cosmológicos, mas também sinais tecnológicos (tecnossinaturas), como os gerados por espaçonaves de aceleração rápida e/ou massiva (RAMAcraft), explicam os autores.

Para essa captação acontecer, os pesquisadores estimam que essa nave deveria ter dimensões astronômicas. Se esse transporte alienígena tiver o tamanho de Júpiter e acelerar até cerca de 30% da velocidade da luz, astrônomos conseguiriam detectá-lo a uma distância de 32.600 a 326.000 anos-luz.
Em um tamanho menor, com as dimensões da Lua, e em aceleração semelhante, ela poderia ser detectada a uma distância de 3.260 a 32.600 anos-luz. Observatórios futuros, com maior refinamento, poderão captar as ondas de naves menores, ou maiores com acelerações mais lentas.
Observatórios no espaço podem aumentar a capacidade de detecção
Detectores de ondas gravitacionais no espaço são as principais apostas dos pesquisadores. A missão LISA (Evolved Laser Interferometer Space Antenna), da Agência Espacial Europeia (ESA), por exemplo, será composta três naves espaciais posicionadas a aproximadamente 2,5 milhões de quilômetros umas das outras.
Elas estarão localizadas atrás da Terra, acompanhando sua órbita ao redor do Sol, a uma distância mais de cem vezes maior que a que nos separa da Lua. O lançamento das espaçonaves da missão está previsto para 2035.

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“A perspectiva de melhorar nossa sensibilidade a esses objetos é, portanto, promissora e está associada a melhorias nos detectores de baixa frequência, que também são de interesse particular para a comunidade da física fundamental”, argumentam os pesquisadores.
Embora diferenciar a detecção as ondas gravitacionais geradas por uma nave alienígena das liberadas por um evento natural seja difícil, os autores do estudo acreditam ser possível. Mesmo assim, o LIGO seguirá em busca dos menores vestígios dos maiores fenômenos cósmicos e, em segundo plano, talvez encontre extraterrestres.
Fonte Olhar Digital