A busca de brasileiros altamente qualificados por oportunidades legais nos Estados Unidos cresce em ritmo acelerado.
O movimento, que tem se intensificado nos últimos anos, não é apenas uma tendência migratória, mas um fenômeno que impacta diretamente a economia e a sociedade brasileiras.
Segundo dados do U.S. Citizenship and Immigration Services (USCIS), o Brasil figura entre os países latino-americanos com maior número de vistos de residência permanente aprovados em categorias voltadas a profissionais de alta performance. Em paralelo, levantamentos do Banco Central indicam que as remessas enviadas por brasileiros no exterior ultrapassaram US$ 4 bilhões em 2023, sinalizando não apenas a presença expressiva de compatriotas fora do país, mas também a capacidade de geração de riqueza em novos mercados.
Esse êxodo qualificado desperta debates sobre a chamada “fuga de cérebros”: médicos, engenheiros, empreendedores e executivos que deixam o Brasil para se estabelecer em economias que valorizam suas competências. Os vistos EB1 e EB2-NIW — direcionados a profissionais de destaque e especialistas com sólida formação — são atualmente os mais procurados, ao lado do O-1A, voltado a talentos com habilidades extraordinárias.
O fenômeno, no entanto, possui duas faces. De um lado, representa perda de capital humano e intelectual para o Brasil; de outro, cria oportunidades de negócios, redes de conexão internacional e projeção cultural de brasileiros no exterior.
Para o advogado José Cohen, com 21 anos de experiência no Brasil e atuação atual em um dos escritórios mais tradicionais da Flórida, compreender esse movimento exige equilíbrio entre emoção e estratégia. “A imigração legal não é apenas um processo burocrático. É uma transformação que pode reposicionar profissionais e famílias em tempo recorde. Mas é também um desafio para o Brasil, que precisa encontrar maneiras de valorizar seus talentos e evitar que eles deixem o país por falta de perspectiva”, afirma.

Já Guilherme Caram, que acompanhou de perto mais de 500 famílias brasileiras em processos de imigração, reforça a dimensão humana do fenômeno. “Por trás de cada Green Card conquistado, existe uma história de coragem e reinvenção. Ao mesmo tempo, cada profissional que parte leva consigo anos de formação e experiência que poderiam continuar gerando impacto no Brasil. A equação não é simples”, explica.

O crescimento da imigração legal de brasileiros de alta renda e qualificação aponta para um futuro em que a mobilidade global será cada vez mais estratégica. Para os Estados Unidos, trata-se de atrair talentos que impulsionam sua economia. Para o Brasil, um desafio de reter capital humano e, ao mesmo tempo, se beneficiar das conexões internacionais criadas por sua diáspora.
Nesse contexto, especialistas como José Cohen e Guilherme Caram se consolidam como vozes de credibilidade, capazes de analisar o tema com profundidade jurídica, social e econômica. Mais do que conduzir processos de imigração, eles ajudam a compreender o impacto de cada decisão individual em um quadro coletivo que redefine fronteiras, oportunidades e desafios para o país.