O Fim do Tráfego Pago e o Início da Era das Indicações

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Era das Indicações
Era das Indicações

Por Luiz Francisco Ribeiro Pinto — Fundador e CVO da Rainmakers Business Community

Durante mais de duas décadas, vi empresas de todos os tamanhos travarem a mesma batalha: conquistar atenção em um mundo saturado por anúncios.

Por muito tempo, a resposta parecia simples — investir em tráfego pago. Mas essa lógica começou a ruir.

O custo por clique (CPC) global subiu mais de 260% desde 2020, segundo a Wordstream e a Statista. No Brasil, o aumento médio foi de 12% apenas no último ano, o maior entre os países emergentes. Ao mesmo tempo, o retorno sobre investimento (ROI) despencou quase 40%.
Ou seja, estamos gastando mais e vendendo menos.

“A publicidade paga entrou em um ciclo vicioso: quanto mais se investe, menor o retorno.”

O motivo é simples: saturação. Cada real investido disputa a mesma tela, o mesmo público e o mesmo segundo com centenas de concorrentes. O resultado é paradoxal — o empresário paga para ser visto e, logo em seguida, paga mais caro ainda para competir com o próprio anúncio.

O cliente volta a ser o canal

Depois de acompanhar esse cenário em dezenas de negócios acelerados pela Rainmakers Business Community, percebi que não se trata mais de comprar atenção, mas de construir confiança. E confiança não se compra — se conquista.

Por isso, acredito que o futuro do marketing pertence à indicação estruturada. Dados da Nielsen e da HubSpot comprovam:

  • 83% dos consumidores estão dispostos a indicar produtos e serviços;
  • Apenas 29% o fazem, por falta de estrutura;
  • Quando existe um programa de indicação, a taxa média de conversão chega a 75%.

Enquanto a mídia paga compra atenção, a indicação conquista credibilidade — e credibilidade converte.

“O futuro do marketing não pertence a quem grita mais alto, mas a quem cria redes de pertencimento e propósito.”

A origem de um novo modelo

Minha primeira experiência com esse conceito aconteceu em 2001, quando fundei o primeiro marketplace brasileiro com sistema de afiliados e indicações, antecipando em quase uma década o modelo de growth moderno.
Sem tráfego pago, apenas com rede, propósito e método, alcançamos 65 mil vendedores ativos, 180 mil vendas e R$ 1 bilhão em movimentação anual.

Anos depois, com o Método Sem Limites e os 8 Hábitos do Sucesso, percebi que o princípio continua o mesmo: crescimento sustentável nasce de relacionamento, repetição e recompensa.

O NRM e o algoritmo humano

Na Rainmakers, esse conceito evoluiu para o NRM — Network Relationship Management, sistema que transforma clientes em embaixadores e compradores em divulgadores.
Ao invés de alimentar as Big Techs com orçamentos de tráfego, o investimento retorna para a própria comunidade da marca, criando um ciclo de crescimento distribuído.

“Quando você investe em tráfego pago, o dinheiro vai para os algoritmos. Quando investe em indicação, ele fica com seus próprios clientes.”

Um retorno às origens — com tecnologia

A nova economia não se baseia mais em anúncios, mas em vínculos.
Enquanto muitos compram cliques, empresas visionárias compram relacionamentos.
O NRM simboliza esse retorno às origens com um toque de automação: cada cliente se torna um novo canal de entrada — humano, orgânico e previsível.

O aumento dos custos de mídia é apenas o sintoma de uma mudança estrutural. Em 2023, 56% das empresas brasileiras já admitiam que o tráfego pago perdeu eficiência. O que vem a seguir não é o fim da publicidade digital, mas o início de uma era em que as relações substituem os cliques.

O algoritmo do futuro é humano

O sucesso previsível do futuro pertence a quem entende que o cliente é o meio, não apenas o fim.
Transformar consumidores em embaixadores é mais do que uma estratégia — é um novo paradigma de crescimento.

E, no centro dessa revolução, o algoritmo mais poderoso continua sendo o mesmo de sempre: o relacionamento humano.


Luiz Francisco Ribeiro Pinto

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