Educação e disciplina o papel da formação cidadã na construção de um Brasil mais preparado

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O debate sobre educação e cidadania volta a ganhar força em um país que ainda enfrenta desigualdade de oportunidades e desafios na formação de seus jovens. Em meio a avanços tecnológicos e mudanças no mercado de trabalho, especialistas apontam que a base do desenvolvimento social continua sendo a mesma: o conhecimento aliado à disciplina. A educação de qualidade, quando orientada por valores de responsabilidade, ética e propósito, tem o poder de transformar vidas e fortalecer o tecido social.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), menos de 15% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos cursam o ensino superior, e a evasão escolar no ensino médio ainda supera 30% em algumas regiões do país. Essa realidade acende o alerta sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes e de iniciativas que estimulem o senso de propósito e pertencimento entre os estudantes.

O professor e militar da reserva Leonardo Freitas Silva da Penha acredita que a educação vai além do conteúdo das salas de aula. Com experiência nas três Forças Armadas do Brasil e anos de atuação como educador, ele defende que o aprendizado precisa estar conectado à formação de caráter. “O conhecimento técnico é importante, mas é a disciplina que ensina o jovem a transformar o que aprende em resultados. Educação sem propósito não gera transformação social”, explica.

Leonardo foi professor de inglês na Academia Militar das Agulhas Negras, onde ajudou a preparar futuros oficiais para missões internacionais. Criou materiais didáticos ainda em uso na formação de cadetes e participou como intérprete em missões conjuntas entre o Exército Brasileiro e o Exército Americano. Essas experiências, aliadas ao trabalho voluntário em comunidades carentes, moldaram sua visão de que a educação é uma ferramenta de emancipação e não apenas de instrução.

Em projetos sociais, ele ministrou aulas de inglês a jovens do Complexo do Alemão e palestrou para programas voltados à reintegração de militares e à formação profissional de adolescentes. Para Leonardo, a educação é a base que permite sonhar e construir. “O jovem precisa enxergar a si mesmo como protagonista. A escola e os projetos sociais devem ajudá-lo a acreditar que ele pode chegar onde quiser, desde que haja disciplina e esforço contínuo”, afirma.

A realidade das comunidades vulneráveis mostra o quanto o acesso à educação ainda é desigual. No entanto, segundo o educador, pequenas iniciativas podem gerar grandes transformações. Ele cita exemplos de alunos que, após participarem de aulas voluntárias, conquistaram bolsas de estudo e novas perspectivas de carreira. “O impacto da educação não se mede apenas em notas ou diplomas. Ele está na mudança de mentalidade, na autoconfiança e na quebra de ciclos de pobreza”, observa.

O fortalecimento da cidadania, na visão de Leonardo, passa pela valorização dos professores e pela promoção da cultura da disciplina desde cedo. Ele acredita que o país precisa investir não apenas em infraestrutura escolar, mas na formação humana e emocional de seus jovens. “Educar é preparar para a vida. É ensinar que o respeito, o esforço e a responsabilidade são valores que valem dentro e fora da escola”, conclui.

A formação disciplinada, quando combinada à empatia e ao propósito social, representa uma das chaves para um Brasil mais justo e produtivo. Mais do que capacitar para o trabalho, a educação cidadã é o caminho para formar pessoas conscientes, capazes de contribuir ativamente com o futuro do país.

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