“CPF dos imóveis”: novo Cadastro Imobiliário Brasileiro entra em vigor em 2026 e muda regras de locações e tributos

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Brasília, 30 de outubro de 2025 — A partir de 2026, o mercado imobiliário brasileiro passará por uma das maiores transformações das últimas décadas com a implementação do Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB), criado pela Receita Federal. Popularmente apelidado de “CPF dos imóveis”, o novo sistema vai atribuir um número único para cada propriedade no país, urbana ou rural, integrando informações cadastrais, fiscais e patrimoniais.

A medida impactará contratos de locação, declarações fiscais, escrituras e registros, exigindo que proprietários e inquilinos se adaptem às novas regras.

O que é o CIB

O Cadastro Imobiliário Brasileiro centralizará em uma única base nacional dados como endereço, área, matrícula, valor venal e titularidade de cada imóvel.
Com o código CIB, será possível cruzar informações entre cartórios, prefeituras, Receita Federal e outros órgãos públicos, tornando a gestão do patrimônio imobiliário mais transparente e integrada.

“Na prática, cada imóvel terá o seu próprio CPF, o que trará mais controle, segurança jurídica e transparência nas transações”, explica Kádia Barro, advogada especialista em Direito Imobiliário, Planejamento Patrimonial e Sucessório.

O que muda nas locações

A implementação do CIB trará mudanças diretas para o setor de aluguéis e administração de imóveis, incluindo:

  • Obrigatoriedade do código CIB em contratos, escrituras e registros;
  • Declarações mais rigorosas no Imposto de Renda, com cruzamento automático de dados entre locador e locatário;
  • Redução da informalidade, dificultando locações sem contrato formal;
  • Maior segurança jurídica para ambas as partes, com registros padronizados e rastreáveis.

Essas medidas devem aumentar a fiscalização e o controle tributário, reduzindo brechas e estimulando a formalização do mercado.

Pessoa jurídica: estratégia para reduzir tributos

Com o aumento da fiscalização, muitos proprietários estão estudando a criação de pessoa jurídica para administrar seus imóveis de locação.
Segundo especialistas, a medida pode representar vantagens fiscais e sucessórias, especialmente para famílias com vários imóveis ou alta renda proveniente de aluguéis.

Entre os benefícios estão:

  • Redução da carga tributária, especialmente sob o regime de lucro presumido;
  • Melhor organização patrimonial, separando bens pessoais dos empresariais;
  • Facilidade na emissão de notas fiscais e controle contábil;
  • Estrutura de holding, que permite planejamento sucessório e proteção do patrimônio familiar.

Impactos práticos e novas exigências

A chegada do CIB exigirá uma revisão documental e contábil por parte de proprietários e administradores:

  • Imóveis com documentação irregular precisarão ser atualizados;
  • Contratos de gaveta ou sem registro passam a ser mais arriscados;
  • Multas e autuações podem ocorrer em casos de inconsistência fiscal;
  • A nova tributação de aluguéis prevista na Reforma Tributária utilizará o CIB como base principal de controle.

Apesar disso, nem todos os proprietários serão impactados da mesma forma. A legislação prevê isenções e regimes simplificados para pessoas físicas com renda anual de aluguel inferior a R$ 240 mil ou até três imóveis locados.

Como se preparar

Para evitar transtornos e penalidades, Kádia Barro recomenda que os proprietários utilizem o ano de 2025 para se ajustar:

  • Regularize a documentação de todos os imóveis;
  • Formalize contratos de locação com cláusulas atualizadas;
  • Mantenha declarações em dia junto à Receita Federal;
  • Busque orientação jurídica para definir a melhor estrutura patrimonial e fiscal.

Conclusão

O Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB) representa um avanço histórico para o setor imobiliário, promovendo transparência, controle e modernização da gestão patrimonial no país.
Para quem possui imóveis, o momento é de planejamento e adequação — e para quem busca eficiência, a constituição de pessoa jurídica pode ser a chave para uma administração mais inteligente, econômica e segura.

Por Kádia Barro
Advogada especialista em Direito Imobiliário, Planejamento Patrimonial e Sucessório.
www.kadiabarro.com
Instagram: @kadiabarro.advocacia

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