Novo estudo revela que nem mesmo a adoção de ações contra as mudanças climáticas pode garantir o futuro dos produtos
A adoção de medidas para combater a crise climática é urgente. No entanto, um novo estudo revela que nem mesmo essas importantes ações podem ser suficientes para garantir o futuro de produtos como vinho, café e chocolate.
Essas culturas são vitais para muitas economias e fornecem meios de subsistência para agricultores em todo o mundo. O problema é que elas estão cada vez mais vulneráveis aos efeitos do aumento das temperaturas e a mudança nos padrões de chuva.

Intervenção climática não resolverá o problema
- No trabalho, pesquisadores realizaram simulações climáticas em 18 regiões-chave do nosso planeta.
- Eles avaliaram a adequação das culturas com base na temperatura, precipitação, umidade e risco de doenças.
- A conclusão foi que a intervenção climática pode oferecer alívio temporário para o aumento das temperaturas em algumas regiões.
- Por outro lado, essa não é uma solução garantida para os desafios enfrentados pela agricultura.
- Em outras palavras, muitas culturas podem simplesmente não conseguir prosperar neste novo cenário.
- As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Environmental Research Letters.
Leia mais

Crise climática aumenta o risco de insegurança alimentar
De acordo com informações do G1, a produção do cacau, matéria-prima do chocolate, depende de temperaturas estáveis e de umidade constante. A árvore do cacaueiro cresce apenas em regiões tropicais, próximas à linha do Equador. Mas, nos últimos anos, o aumento das temperaturas e a redução das chuvas têm afetado justamente os principais países produtores.
Mais de 60% de todo o cacau do mundo vem de quatro países da África Ocidental: Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Camarões. O problema é que estes países vêm enfrentando períodos de seca mais longos e calor mais intenso, o que tem reduzido as safras. No Brasil, o cenário também preocupa. O país é um dos principais produtores do mundo, mas a maior parte das plantações fica no Nordeste, uma região cada vez mais quente e seca.

No ano passado, ano mais quente que a Terra já enfrentou, a safra de cacau caiu e isso fez o preço disparar. A tonelada de cacau ultrapassou os US$ 11 mil na Bolsa de Nova York, mais que o dobro do valor registrado no ano anterior. Isso significa que o chocolate está pesando mais nos nossos bolsos.
Outros produtos impactados são o café, arroz e as uvas, o que consequentemente pode prejudicar a produção de vinhos. Esse cenário pode afetar diretamente a oferta de alimentos básicos, aumentando a desigualdade e os riscos de insegurança alimentar no mundo.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.
Fonte Olhar Digital

