Logística, produtividade e competitividade como o supply chain se tornou peça-chave no desenvolvimento econômico do Brasil

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A eficiência logística e a gestão estratégica de suprimentos se tornaram elementos centrais para o desenvolvimento econômico brasileiro. Em um país de dimensões continentais, onde o custo de transporte pode representar até metade do valor final de alguns produtos, o supply chain deixou de ser uma área operacional e passou a influenciar diretamente o PIB, a competitividade internacional e a sustentabilidade das empresas.

Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria, falhas logísticas e gargalos de infraestrutura custam ao país mais de trezentos bilhões de reais por ano, valor que impacta desde o setor produtivo até o consumidor final. Esse panorama pressiona empresas e gestores a adotarem modelos mais avançados de planejamento, abastecimento e integração entre tecnologia, processos e pessoas.

É nesse cenário que a gestão de suprimentos ganha relevância. Para especialistas do setor, o supply chain brasileiro vive uma transição semelhante à das economias mais estruturadas do mundo, com aumento do uso de inteligência artificial, análise preditiva e automação de processos. De acordo com o administrador e especialista em procurement Juliano Braga, a nova lógica do supply chain depende da capacidade de tomar decisões baseadas em dados e de antecipar riscos e gargalos. Ele afirma que a integração entre tecnologia, governança e comportamento organizacional define o nível de competitividade das cadeias produtivas.

Juliano Braga

Esse avanço não se limita à esfera privada. Setores estratégicos como saúde, agronegócio e infraestrutura passaram a depender de suprimentos bem estruturados para garantir resultados. Durante a pandemia de COVID-19, a gestão de compras e abastecimento foi responsável por manter hospitais funcionando diante da maior crise sanitária do século. Já na indústria sucroalcooleira, a logística integrada permitiu manter operações de colheita, transporte e exportação mesmo sob alta pressão de demanda mundial.

O desenvolvimento de grandes projetos logísticos também tem papel fundamental na economia. Em 2024, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes classificou como o maior e mais complexo transporte de carga do país uma operação coordenada com planejamento colaborativo entre setor público e privado. Casos assim demonstram como a logística pesada exige precisão técnica e gestão qualificada para evitar perdas financeiras e atrasos.

Outro ponto decisivo é o impacto regional da logística. A criação de centros de distribuição, a melhoria de estradas vicinais e a profissionalização de suprimentos em cidades do interior têm impulsionado economias locais e acelerado o acesso a serviços públicos, comércio e oportunidades de trabalho. Segundo especialistas, quando a logística melhora, a renda cresce e a economia circula com mais velocidade.

A modernização do procurement também fortalece a transparência e a competitividade, especialmente em setores regulados. Ferramentas de rastreabilidade, compliance e automação de contratos reduzem riscos, aumentam a eficiência e garantem maior segurança jurídica às empresas. Para Juliano Braga, o supply chain atual exige uma combinação de técnica e comportamento. Ele observa que as equipes precisam ser capacitadas para lidar com dados, tecnologia e, ao mesmo tempo, desenvolver habilidades de comunicação, análise crítica e liderança.

A tendência é que o supply chain brasileiro se torne cada vez mais digital. Com investimento contínuo em inovação e em formação profissional, a área tem potencial para reduzir custos estruturais, aumentar produtividade e melhorar a competitividade nacional. Especialistas afirmam que o Brasil, por sua força agrícola, industrial e de consumo, tem todas as condições para se tornar uma potência logística, desde que mantenha o foco em infraestrutura, tecnologia e qualificação.

O supply chain deixou de ser bastidor e assumiu o papel de protagonista silencioso do desenvolvimento econômico do país. A eficiência dessa cadeia afeta diretamente o preço dos alimentos, a disponibilidade de medicamentos, a exportação de commodities e a capacidade das empresas de inovar. Investir em logística e suprimentos é investir no futuro do Brasil.

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